sábado, 27 de março de 2010

Experiência, qualificação, habilidade: e quando o liderado é mais qualificado que o líder...?



     Qualificação é a diferença entre quem faz e quem diz fazer. Se for alguém qualificado não estraga as ferramentas, não desperdiça tempo, material, e faz benfeito!

    Há incontáveis situações, em várias áreas de atuação na vida, profissional ou não, que um subalterno é mais qualificado que o chefe. O que fazer diante dessa situação?
     Alguns líderes, inseguros do seu potencial, ao analisarem o currículo para admissão de um profissional para o seu setor, e constatarem que ele é mais experiente e qualificado, simplesmente “engavetam” o currículo. Preocupados com os próprios cargos, não querem pôr em risco sua estabilidade à chegada do novo contratado.
     Outros líderes, que já têm esse profissional atuando no seu setor, ao se depararem com um enfrentamento de conhecimentos criam embaraços e entravam o seu desenvolvimento. Temem, pelos componentes da equipe, comparações de capacidade e serem taxados de inferiores ou ultrapassados. Com isso, e antevendo a possibilidade de perder a força da liderança e o próprio cargo, na primeira oportunidade demitem o “concorrente”...
     Mas, essa atitude é boa para os negócios da corporação? Ter profissionais, tão ou mais qualificados que os líderes, é razão para desencadear uma guerra interna, onde perde-se o elemento humano qualificado e a consequente produtividade da sua mão de obra?
    Um líder seguro, confiante em si, cônscio da sua proficiência e importância para a corporação, jamais deve privar-se da ajuda de mentes geniais. Sejam superiores ou subalternas. Ao contrário, deve ter esses elementos na sua equipe, num diâmetro que não conflite, mais que irradie um saber que possa ser útil a si próprio, aos demais membros e por extensão à própria corporação. Líder assim, perspicaz, que tem jogo de cintura para influenciar e tirar proveito do saber alheio, deve portar-se com humildade e nas entrelinhas aceitar, quando necessário, ser um aluno e aprender com o mais sábio.
     Ressalte-se que ter profissionais hábeis, cultos, inteligentes nivela-se para cima a média da qualificação geral da equipe, bem como da qualidade dos produtos e serviços, uma vez que para não se inferiorizar todos os demais funcionários procuram se superar e melhorar em técnica e desempenho.
     Por outro lado, diante de uma situação desse nível, de confronto do saber, cabe ao líder procurar se requalificar e dar novo impulso à sua formação técnica ou acadêmica. Sob muitos aspectos, a concorrência pode ser útil e benéfica, e essa é uma delas. Geralmente, por falta desse elemento desafiador, as pessoas se acomodam e acabam sendo superadas e ultrapassadas. Devemos enxergar pela ótica de que a presença de alguém superior qualitativamente serve-nos de estímulo para não nos acomodarmos, nos superarmos e ascendermos também a um plano superior.
     Quanto mais profissionais altamente qualificados uma equipe tiver, tanto maior será a excelência dos seus trabalhos. Todo líder só tem a ganhar com profissionais desse quilate, ganhando também a corporação e por consequência a macroeconomia da nação.

      Inácio Dantas

     Temas relacionados:

     Temas complementares (liderança e abordagens corporativas):

Nenhum comentário: